segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O fim de uma (forma de) luta? A idade ou a vontade?


Não são só os jogadores de futebol que se retiram.
Nem só as bailarinas clássicas - ou os ginastas - que se afastam do palco principal.
A alta competição tem as suas exigências. Também por isso, cobra o seu preço.

O activismo (acitivismo mesmo, entenda-se) também.

Cabe a nós, na posse da maior lucidez e respeito pelo grupo, percebermos no devido tempo:
quando somos mais um estorvo que uma ajuda.

Há defesa animal que não se faz sem treino. Treino a sério. É a esta que me refiro.
Por isso decidi que não seguiria. Pelo menos, da mesma forma.

A defesa animal tem custos. Mas tem a recompensa superior de nos sentirmos fantásticos. Ainda há gente que me pergunta pelo BMW. Ainda há gente que me pergunta pelo AX gt. Ou por que fui a Málaga num carro alugado. Que acabaria apreendido pela Guardia Civil. Muita gente ainda quer ver o vídeo do Cônsul português em Málaga, dando-me boleia na sua Piaggio moderna até ao albergue de uma associação local de protecção animal.
Ainda há malta que tem fotografias da Jumper. Muitos me perguntam se ainda tenho o UMM.

Tenho.
E está quase a poder sair. Livre. Também muita gente se questiona, porque tendo eu a super-garagem na margem sul, nem o UMM nem o Samurai lá estão.

Pois. Porque estão de quarentena. Uma quarentena tipo 'liberdade condicional'.
Está a chegar ao fim.

E um novo momento está em preparação.

O que é secreto deve permanecer discreto.
O que é anónimo deve continuar encoberto.
Pelo menos de um ponto de vista formal. Mas deve ser deixado claro que há movimentação sob a superfície. A mensagem deve passar, mesmo numa clandestinidade mal-assumida, pois é esta mensagem que está na base da chegada de novos e válidos elementos para a Causa.

Não podemos prescindir dela e nunca NUNCA envergonhar-nos do que fizémos. Mesmo quando achamos que podia ter corrido melhor.

"O óptimo é inimigo do bom", diz o povo na sua sabedoria. Acho que sim.

Esta é uma declaração de princípio: não voltarei a estar onde sinta que posso eu mesmo tornar-me um entrave à acção. Apesar de saber que nos últimos tempos, mesmo antes de sairmos, eu já era uma 'preocupação' acrescida no 'caderno' do grupo de trabalho. Renuncio ao desgaste que essa situação causou em mim próprio.

Quando, além de um plano B para a acção, era preciso haver um 'plano b' para o Caiado, isto mostra como se pode, quase inconscientemente, enveredar por uma teia muito complicada de desembaraçar. Agradeço do coração aos que assumiram a missão, mas retiro-lhe hoje esse fardo.

A todos, Obrigado e, claro, Hasta Luego.
Caiado






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