quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Earthrace - continuação

Para mim, que estive dentro desta nave em forma de barco futurista, vê-la desproada pelo (imagino) violento abalroamento do colosso de aço fabricado por engenheiros da cobardia com o objectivo de aniquilar seres maravilhosos e amigos - as baleias - para mim que estive lá dentro e toquei cada bocado da fibra de carbono - é um arrepio.



O choque deve ter sido bastante violento, a ponto de arrancar literalmente a proa. Esta extremidade, apesar de o barco todo ele ser bastante regorçado para aguentar a carga das ondas e o torque dos motores potentes - esta extremidade será sem dúvida sobre-reforçada. É à proa que, em qualquer navio, cumpre a tarefa de rasgar as ondas e aguentar a direcção do barco, a despeito de forças laterais de vento tempestade ou forças de superfície como as correntes. Portante, mesmo sem ter comigo os planos de arquitectura do estaleiro onde foi construído, posso facilmente concluir que o arrancar daquela extremida foi um golpe de uma violencia seguramente elevada.



É sem dúvida uma imagem que ficará para a história do combate pelos que não têm voz.

Um documento de acção. Uma prova de coragem. Um atestado de desprezo pela própria vida, uma entrega a um combate de toda a justiça que exige a congregação de todos os cidadãos de um Mundo Livre onde actos cobardessejam erradicados para sempre.



Numa luta onde todos somos heróis, por querermos estar na Linha da Frente deste combate desigual, não restam dúvidas de que alguns - aqueles do Earthrace - são os maiores de entre os Heróis.



A eles presto hoje o meu humilde tributo.

Hasta siempre, Pete Bethune & Crew.



Caiado

captain of 33ft flybridge yacht Big Game

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