quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Earthrace - a grande corrida pela Vida

A grande corrida começou agora para ele e o seu grupo de bravos (e bravas). Agora compreendo o ar distante e até algum comportamento menos social que lhe detectei e que colocou toda a malta da marina a vê-lo como um tipo arrogante. Agora compreendo que no semblante do Pete estava já esta nova etapa da sua vida de velocidade: a corida por uma causa justa.



Conheci (não se pode dizer isto de quem se viu por uma vez, mas enfim) o Pete há uns meses. Tinha atracado em Lisboa para reabastecimento e, apesar do peso dos patrocinadores, não tinha conseguido que a secretaria de Estado da Energia enviasse um representante do Governo a visitar o Earthrace - apenas e só o recordista mundial de travessia marítima movido a combustível ecológico.



Carbono Zero foi o projecto de uma vida. Por ele Pete apostou tudo. Por ele, segundo alguns relatos que ouvi posteriormente, largou quase tudo. Corria pela floresta, corria desesperadamente pela superfície dos oceanos para alertar para a urgência em repor na atmosfera o que esta gasta a reciclar o dióxido de carbono.



Estava esgotado. Mesmo as raparigas da tripulação da nave, geralmente mais afáveis, tinham expressões muito marcadas nos seus semblantes. Hoje (há dois dias) percebi o porquê.




http://www.abc.net.au/news/stories/2010/01/08/2787921.htm


Quando vejo esta imagem, percebo que conheci um guerreiro. Reconheço-lhe a tempera e identifico agora aquele espírito apreensivo, tão próprio dos capitães antes das batalhas.


Nesta imagem, ante o colosso do baleeiro japonês, o objecto quase submerso é um trimaran de design vanguardista e tecnologia de ponta, dotado de dois motores possantes e movidos a biodiesel. Este barco que parece saído de um Bladerunner nautico, esteve atracado a escassos vinte metros do Iate Big Game, do qual sou o capitão.


No dia da partida, escassos minutos antes de largar amarras, Pete recebeu-me a bordo. Percebi tudo, absorvi o máximo. Até o cheiro das raparigas quase ficou intacto, cada uma ao seu estilo. Eram duas e uma delas falava pouco. Naqueles minutos, todos falavam pouco.


Aquele que foi o protótipo que bateu recordes de travessia oceânica e alertou para a poluição dos combustíveis fósseis, tinha descoberto uma nova vocação: correr a sério, por uma causa que tem levantado heróis em várias partes do Mundo Livre - a luta pelo direito à vida dos grandes cetáceos (baleias, orcas). Denunciar e, mais que isso, DETER os ASSASSINOS que tingem obscenamente o mar de sangue amigo e inocente: os japoneses.


LEMBRE-SE: CADA VEZ QUE VAI A UM RESTAURANTE JAPONÊS, MESMO QUE A CONVITE DE TERCEIROS, ESTÁ A PACTUAR COM ESTE CRIME. CADA VEZ QUE COMPRA NUMA LOJA CHINESA, ESTÁ A LEGITIMAR A MATANÇA DE ANIMAIS DE FORMA ATROZ E CONTINUADA, COM IMPUNIDADE E SADISMO.


NÃO SEJA CÚMPLICE COM ESTES CRIMES CONTRA ESPÉCIES INDEFESAS E INOCENTES. BOICOTE JAPONÊS E CHINÊS.


CADA VEZ QUE ENALTECE ASPECTOS DA CULTURA NIPÓNICA ESTÁ A ENCOBRIR ESTES CRIMES CONTRA A NATUREZA E O DIREITO À VIDA. NÃO VIAJE PARA O JAPÃO, DIVULGUE FORMAS ACTIVAS DE BOICOTE A ESTE PAÍS.


As baleias, na sua mansidão, agradecem-lhe até os mais tímidos gestos de solidariedade.

Sem comentários: